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Maus-tratos na escola podem afetar o desenvolvimento da criança

CRIANCA TRISTEO caso de maus-tratos a crianças de aproximadamente três anos no Colégio Ipê, de Águas Claras, chocou o Distrito Federal na última semana. Foram divulgados mais de 20 vídeos que mostram a forma rude como as crianças eram tratadas pelas educadoras da instituição de ensino.

Em um dos vídeos, a professora chacoalha com força os braços de um garoto, enquanto outra tenta colocar algo na boca dele. Além disso, vazaram áudios de supostas professoras impacientes com um menino que urinou nas calças. Elas dizem que ele está com “fedorzão de xixi” e, quando ele começa a chorar, as educadoras ameaçam tirar a roupa dele e forçá-lo a andar pelado pela sala de aula, caso urine novamente.

O especialista em psicologia da educação da UnB (Universidade de Brasília), Célio Cunha, para entender o que situações como esta podem causar a crianças desta idade. Segundo ele, as imagens e áudios divulgados mostram “uma forma de castigo infantil condenado pela lei” e revelam que a escola não está cumprindo a sua tarefa de “promover o desenvolvimento da criança”. “Isso é altamente condenável. Pedagogicamente, castigos corporais, violentos, implicam na vida da criança. Implicam na aprendizagem. Ainda mais nessa idade, quando a educação começa. [O caso revela] falta de conhecimento sobre a psicologia infantil”, pontuou.

Para o especialista, é preciso “educar democraticamente” e, humilhar uma criança publicamente, dizendo que ela vai andar de fraldas ou pelada pela sala de aula caso faça xixi novamente, é uma atitude “altamente condenável” e que pode afetar de forma grave o desenvolvimento durante a infância. “[Os mau-tratos] vão moldando o comportamento da criança, ela tem que ser educada democraticamente para iniciar o desenvolvimento da personalidade da criança. [A atitude das educadoras do Ipê] afetam o desenvolvimento moral, social, cognitivo,afetam todos os tipos de desenvolvimento das crianças”, salientou. Cunha garante que as crianças que sofreram maus tratos no Colégio Ipê irão se recuperar dos traumas após saírem desse ambiente. Caso contrário, o especialista alerta: no futuro elas podem reproduzir essa maneira de educar, maltratando os filhos ou as crianças com as quais possam vir a conviver.


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