Política

Marina Silva defende afastamento de políticos denunciados por Janot

MARINA SILVA - OBSERVANDOMarina Silva, em entrevista ao blog de MatheA intensidade da atual crise política brasileira, que começou a se desdobrar na última semana em uma crise institucional, fez a ex-senadora Marina Silva (PSB-AC), terceira colocada nas duas últimas eleições presidenciais, voltar a se manifestar sobre a situação do país.
Em artigo enviado ao Blog, Marina defendeu que os políticos que, eventualmente, venham a ser denunciados formalmente nos processos da Lava Jato pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sejam afastados de seus cargos. Atualmente, Janot está apenas investigando os 52 políticos com foro privilegiado que foram indiciados.
A expectativa no meio político é de que o chefe do Ministério Público deve formalizar nas próximas semanas, no Supremo Tribunal Federal (STF), as denúncias de parte dos políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Sem mencionar nomes, Marina Silva ressaltou que o afastamento dos políticos que vierem a ser denunciados evitaria que os ocupantes de cargos poderosos possam “interferir nas decisões”.
“Quando as investigações resultarem em provas e denúncias formais ao Supremo Tribunal Federal, devemos exigir o afastamento dos que ocupam cargos cujos poderes possam interferir nas decisões. Mas, desde já, precisamos estar atentos contra qualquer tentativa de sabotagem”, escreveu Marina no artigo.
Desde que perdeu a eleição presidencial do ano passado, a ex-senadora se recolheu politicamente, concedendo raras entrevistas. Nos últimos meses, as poucas manifestações de Marina sobre o cenário político haviam ocorrido por meio das redes sociais.
No texto enviado ao Blog, a ex-senadora também afirma que, boa parte daqueles que gritam “fora Cunha”, parecem querer apenas aproveitar a oportunidade de apontar um novo inimigo público para desviar a atenção dos gritos de “fora Dilma”.
Aguardando a análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a criação do seu partido, a Rede Sustentabilidade, Marina diz ainda no texto que “assim como saímos do impeachment de Collor para outro ciclo de evolução […] da mesma forma podermos ser capazes de sair da crise atual para outro momento positivo”.
Todavia, ela alerta que, para isso, deve-se “cuidar de manter as bases institucionais democráticas [construídas] a duras penas”. E segue com um pedido: “ao menos em nome do bom senso impõe-se evitar mexer mais ainda num equilíbrio institucional que já está precário, não usando poderes públicos como navios de guerra de onde os litigantes disparam contra os outros”.
Na última sexta, poucas horas depois oficializar seu rompimento político com o Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, autorizou CPIs que contrariam o governo.
O artigo de Marina termina com a ex-senadora afirmando: “que o epílogo desse drama, quando ocorrer, seja o prólogo de uma nova história de afirmação da democracia no Brasil”.

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