Cotidiano

Lucas e Orelha denunciam racismo de motorista que recusou corrida para não ‘correr riscos

A dupla Lucas e Orelha relata que foi vítima de racismo em Salvador, na manhã desta quarta-feira (6). Os dois saíam de uma entrevista na Rádio Excelsior, no bairro do Garcia, e tentavam pegar uma corrida pelo aplicativo Uber quando o motorista se recusou a levá-los porque não queria “correr riscos”.

O caso foi relatado pelo próprio Lucas Arcanjo ao Bahia Notícias. Em conversa com o portal, o cantor explicou que a empresária Ana Graça solicitou a corrida para a dupla e o assessor, mas quando os três entraram no carro, o motorista disse que não ia levá-los se ela não estivesse junto.

“Aí a gente explicou que ela pediu [a corrida] pra gente porque ela estava indo direto pra o local do show e que é normal essa prática de pedir Uber para as pessoas. Mas ele falou: ‘não, não vou levar porque ela não está no carro'”, relata Lucas, acrescentando que os dois ficaram incrédulos ao perceber o que ocorria. 

“Até que ele soltou a frase infeliz: ‘Eu não vou correr esse risco de levar vocês’. Eu virei: ‘espera aí, que risco você vai correr comigo?’. Eu enxerguei completamente como um ato racista, eu vivo isso todos os dias, sei muito bem o que eu estou falando”, destaca Lucas com o portal.

De acordo com o cantor, foi nesse momento que Ana Graça, que é branca, se aproximou do veículo e o motorista tentou minimizar o que fez, até sugerindo realizar a corrida, mas não adiantou. Os meninos saíram do carro e avaliam, juntos, quais medidas cabíveis tomar.

Como um problema estrutural, o racismo atinge toda a sociedade brasileira e marca as relações sociais. O motorista que discriminou os artistas é negro como ele, o que deixou Lucas ainda mais triste com a situação. “É foda porque eu sou preto, eu passo por isso todos os dias e fico mais indignado porque foi um preto que fez isso comigo. Me senti muito machucado, estou cansado dessa desigualdade”, desabafa.

Há menos de uma semana a dupla esteve na redação do Bahia Notícias para divulgar o novo trabalho e, claro, o racismo entrou na pauta. Como negros, nordestinos e de origem periférica, os meninos ressaltaram a necessidade de se provar “duas, três, cinco vezes mais” para obter aceitação social.

Nesta sexta (6), os dois se juntam à cantora Alicia Castro para lançar o clipe da parceria “Que Seja Eu” em show no Caranguejo do Baiano, no bairro Monte Serrat. O ingresso custa apenas R$ 10. BN

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