Cotidiano

Justiça aceita recurso para Abdelmassih poder seguir em prisão domiciliar em SP

Roger Abdelmassih CAMA DOENTEJustiça de São Paulo aceitou neste domingo (13) o pedido de habeas corpus da defesa de Roger Abdemlassih contra a decisão da Justiça de tirar do ex-médico o direito à prisão domiciliar assim que ele sair do hospital. Com isso, fica restabelecida a prisão domiciar de Abdelmassih. O ex-médico está internado desde segunda-feira (7) no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, para combater uma infecção. Segundo o relatório médico, o tratamento prevê sete dias de internação.

Em entrevista à GloboNews, o advogado Antonio Celso Fraga afirmou que o quadro de saúde do ex-médico é irreversível e que espera que “ele tenha o direito de morrer próximo a seus familiares”. Para o advogado, ele nao teria como ser tratado adequadamente em um hospital penitenciário.

O documento assinado pelo desembargador Ronaldo Sério Moreira da Silva deterina “o restabelecimento da prisão domiciliar do paciente Roger Abdelmassih, mediante o compromisso de cumprir rigorosamente” as condições estabelecidas de não sair de sua casa – exceto para tratamento médico e hospitalar – e não sair da cidade e país.

A determinação indica ainda que a decisão que suspendeu a prisão domiciliar aconteceu “em virtude da ineficiência do Estado de São Paulo em promover mecanismos de monitoramento por tornozeleira eletrônica” e que poderá “resultar em óbito”.

No sábado (12), o advogado do ex-médico divulgou fotos de Abdelmassih usando tornozeleira eletrônica na cama do Hospital Albert Einstein, onde está internado. Segundo o advogado, não é possível dizer se a tornozeleira estava funcionando.

O ex-médico foi condenado a 181 anos de prisão pelo estupro de pacientes. Abdelmassih cumpre prisão domiciliar em um apartamento em Pinheiros, na Zona Oeste da cidade, desde o começo de julho.

Na sentença que tirava de Abdelmassih o direito à prisão domiciliar, a juíza Sueli Zeraik Armani, da 1ª Vara de Execuções Criminais, afirma que a falta de tornozeleira eletrônica impede que o ex-médico permaneça internado em um hospital particular. Ela também ordenou que ele retorne à “unidade prisional de origem” quando estiver em condições.

A tornozeleira eletrônica dele vai ser retirada por causa do fim do contrato do governo do estado de São Paulo com a empresa que fornecia o equipamento.

A transferência para o hospital foi autorizada pela juíza Wania Regina Gonçalves da Cunha, da Vara de Execuções Cirminais de Taubaté, no Vale do Paraíba.

Segundo o advogado do ex-médico, Antonio Celso Fraga, exames constataram uma superbactéria no organismo de seu cliente. “Avisamos [a Justiça] que ele fez os exames laboratoriais na última semana. Ficou constatada uma superbactéria que só admite tratamento com antibiótico e não pode ser feito em casa, e os médicos recomendaram a internação”, afirmou o advogado.

Prisão

Em 4 de julho, a presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz, revogou a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que havia mandado Abdelmassih retornar à cadeia.

Segundo a assessoria do STJ, voltou a valer a decisão do juiz de primeira instância que havia concedido a Abdelmassih o direito de cumprir o restante da pena em regime de prisão domiciliar.

Laurita Vaz acolheu o recurso protocolado neste domingo (2) pela defesa do ex-médico. Abdelmassih está desde o último sábado (1°) preso novamente na penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé (SP). Ele retornou para a cadeia do interior paulista depois de ter o pedido de prisão domiciliar revogado pelo TJ-SP.

Tornozeleira

Condenado a 181 anos de prisão por 48 estupros de 37 pacientes, Abdelmassih permaneceu por uma semana em casa, na Zona Oeste da capital paulista, após ser autorizado a cumprir prisão domiciliar monitorado por tornozeleira eletrônica.

O benefício foi concedido pela 1ª Vara de Execuções Criminais dos Presídios da Comarca de Taubaté depois que o ex-médico, que sofre de problemas cardíacos, enfrentou uma broncopneumonia. Antes de a Justiça autorizar a prisão domiciliar, Abdelmassih permaneceu internado em um hospital de Taubaté por 40 dias.

O magistrado de primeira instância justificou a prisão domiciliar sob a alegação de que a saúde de Abdelmassih está debilitada e que a penitenciária não teria condições estruturais para seu tratamento.

G1

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