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Jacaré relembra racismo da época do É O Tchan: ‘Só queriam a Carla, chorava muito’

O ex-dançarino Edson Cardoso, mais conhecido como Jacaré, abriu o jogo sobre um assunto delicado da época em que fazia sucessos como integrante da banda É O Tchan, o racismo.

Em entrevista ao dançarino Yves Lorrhan, o artista, que atualmente vive no Canadá, relatou que costumava chorar de frustração no camarim por perceber que Carla Perez era a única que recebia atenção da mídia entre os dançarinos.

“Dentro da TV, todo mundo ia só em cima da Carla Perez. Não aparecia a gente, pois só queriam mostrar a Carla”, contou Jacaré, que afirmou que a amiga não tinha culpa da escolha dos grandes da TV.

Segundo Jacaré, além dele e de Débora Brasil, Compadre Washington e Beto também chegavam a ser “vetados” por causa da cor. “É culpa do sistema, da sociedade, que quer mostrar sempre a mulher. Eram quatro negros, eu, Beto, Compadre Washington e Débora [Brasil]. Chamavam sempre a loura, não a Débora. E todo o grupo ficava muito triste, não só eu. A gente batalhava tanto, ensaiava, criava, e os caras fazem isso, jogavam só para uma pessoa. Teve programas que não queria fazer. Chegava no camarim e chorava muito”, desabafou.

Além do racismo, outro momento que fez o artista ficar bastante abalado foi a presunção das pessoas em achar que ele era gay só por dançar. “Quando fiquei famoso, teve muito o fato de acharem que era gay por estar rebolando. Fere pelo fato de as pessoas acharem que só o homem gay pode rebolar e remexer”.

Bahia.ba

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