Cidades

Impedir partidos de indicar diretores da Petrobras 'é uma bobagem', diz Gabrielli

SERGIO GABRIELLIEx-presidente da Petrobras e ex-secretário de Planejamento do Estado, José Sérgio Gabrielli afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada neste domingo (15), que é “uma bobagem” impedir que partidos indiquem nomes para a diretoria da estatal. “Isso é uma bobagem. O que você tem que fazer é que a diretoria aja tecnicamente. Mas você cassar o direito político do dirigente de uma empresa é um absurdo. Porque o dirigente de uma empresa não pode ter uma filiação partidária. Claro que pode, o que não pode é usar o cargo para ajudar o partido”, argumentou ele, que acredita que as indicações partidárias representam, em princípio, um desejo de influir nas decisões do governo. “A fome dos cargos é para que os partidos influam no que o Estado faz. Não necessariamente é corrupção. Não acho que a corrupção é generalizada no país. Não acho que o mundo político é generalizadamente corrupto. Existem indivíduos corruptos e caso a caso têm que ser tratados pela polícia. Corrupção não é um caso de empresa, nem de política. É um caso de polícia”, acredita. Gabrielli se definiu como “um simples cidadão, na planície, aposentado” e disse achar que a presidente Dilma Rousseff ouve o partido.

Apesar de não querer se manifestar sobre a saída da presidente da estatal, Graça Foster, o petista avaliou positivamente a entrada de Aldemir Bendine (que comandava o Banco do Brasil) no lugar dela. “Ao escolher Bendine, o Conselho de Administração escolheu um profissional que tem experiência nas áreas contábil, bancária e que tem capacidade de mobilização de equipe. São os três elementos que me parecem mais importantes para um dirigente da Petrobras enfrentar a crise neste momento”, apontou. O ex-gestor credita as acusações que o mencionam a uma forma de “defesa” de seus acusadores. “São pessoas que estão se cobrindo de alguma coisa. A Venina, por exemplo, nas acusações que ela faz contra mim, ela era a responsável. Geovane [de Morais] era subordinada a ela. É mentirosa a acusação”, afirmou. Gabrielli ainda defendeu sua gestão e questionou a aceitação das informações passadas em depoimentos e delações da Operação Lava Jato. “A imprensa hoje tem um deus. O acusador é o deus. Tudo que o acusador fala é verdade. Invertemos a lógica constitucional de que as pessoas em princípio são inocentes. Venina está inventado uma série de histórias. Eu acredito que para se cobrir. O que ela provou? Tudo que ela diz é de ouvir falar. Francisco Sá também fala de boatos e isso vira verdade”, pontuou.

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