Cotidiano

IBGE-BA: Em 2018, na Bahia, participação de pretos ou pardos entre os mais ricos chega a 73,5%, o patamar mais alto desde 2012

Em 2018, na Bahia, participação de pretos ou pardos entre os mais ricos chega a 73,5%, a maior do país e o patamar mais alto desde 2012.

** A participação dos pretos ou pardos entre aqueles com os 10% maiores rendimentos domiciliares per capita na Bahia (73,5%) aumentou em relação a 2017, quando havia sido de 63,3%;

** Além disso, no estado, a diferença entre a participação dos pretos ou pardos no total da população (81,1%) e no grupo dos mais ricos (73,5%) caiu a seu menor nível desde 2012 e também era, em 2018, a menor do país (-7,6 pontos percentuais);

** Em 2018, informalidade no mercado de trabalho foi recorde em Salvador (40,3% dos trabalhadores eram informais) e a maior na Bahia desde 2013 (56,7%);

** Em Salvador, a informalidade era maior entre as mulheres (43,0%) do que entre os homens (37,7%) e maior entre os pretos ou pardos (40,6%) do que entre os brancos (38,4%);

** Os trabalhadores informais ganham cerca de metade do salário daqueles em ocupações formais, tanto no país (-50,3%), como no estado (-56,0%) e na capital (-45,0%);

** Em 2018, o percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza voltou a cair após três anos em alta, mas ainda era de 42,9% na Bahia e de 22,3% em Salvador;

** Embora tenha a 4ª maior população do país, a Bahia é o estado com os maiores números absolutos de pessoas pobres (6,3 milhões) e extremamente pobres (1,9 milhão) no Brasil;

** Proporção de pessoas de 15 a 29 anos que não estudam nem estão ocupadas cresce pelo 3º ano consecutivo na Bahia e chega a 28,2% (962 mil pessoas); 6 em cada 10 delas nem estão procurando trabalho.

Em 2018, os baianos que se declaravam de cor preta ou parda eram pouco mais de 7 de cada 10 entre aqueles com maior renda no estado. Representavam 73,5% dos que tinham os 10% maiores rendimentos domiciliares per capita. O que significa que eram 509 mil das 692 mil pessoas que formavam o grupo dos que tinham renda domiciliar per capita média de R$ 3.588, no estado.

O rendimento domiciliar per capita é a soma de todos os rendimentos do domicílio (salários e outras fontes) dividida pelo número total de moradores. É uma medida da qualidade de vida e da condição socioeconômica.

A participação dos pretos ou pardos entre aqueles com maior renda domiciliar per capita na Bahia (73,5%) aumentou em relação a 2017, quando havia sido de 63,3%, atingindo, em 2018, o maior patamar desde 2012, ano em que se iniciou a série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).

Era também a participação mais elevada entre os estados e quase o triplo da verificada, em média, no país. No Brasil, em 2018, os pretos ou pardos eram 27,7% das pessoas com os 10% maiores rendimentos domiciliares per capita.

Apesar de terem aumentado sua presença entre os mais ricos, os pretos ou pardos baianos ainda eram sub-representados nesse grupo, ou seja, tinham uma participação (73,5%) menor do que na população total (81,1%). Essa sub-representação era uma realidade em todos os estados brasileiros e no país como um todo.

Na Bahia, porém, a diferença entre a participação dos pretos ou pardos no total da população (81,1%) e no grupo dos mais ricos (73,5%) caiu a seu mais baixo nível desde 2012 e também era, em 2018, a menor do Brasil (-7,6 pontos percentuais).

No país, a participação dos pretos ou pardos na população geral (55,8%) era o dobro da participação deles entre os 10% com maiores rendimentos domiciliares per capita (27,7%), ainda que essa diferença também tenha se reduzido e chegado ao menor nível em 2018.Em 2018, informalidade no mercado de trabalho foi recorde em Salvador (40,3%) e a maior na Bahia desde 2013 (56,7%)

Em 2018, a informalidade no mercado de trabalho baiano continuou a aumentar e chegou a seu recorde na capital do estado.

Na Bahia como um todo, cerca de 6 em cada 10 pessoas que trabalhavam eram informais: 56,7% da população ocupada atuavam como empregados sem carteira assinada (incluindo domésticos), trabalhadores por conta própria ou empregadores que não contribuíam para a Previdência ou trabalhadores familiares auxiliares. Isso representava 3,3 milhões de trabalhadores.

O percentual de informais sempre foi elevado no estado. Após ter se reduzido entre 2012 (60,1%) e 2014 (56,5%), cresceu sem parar desde 2015 e chegou, em 2018, ao seu maior patamar desde 2013, quando havia sido de 57,4%.

O percentual de trabalhadores informais na Bahia (56,7%) é o sexto mais alto entre os estados e significativamente maior que a média nacional. No Brasil, em 2018, 41,5% das pessoas ocupadas estavam na informalidade, o percentual mais alto da série da PNADC, empatado com o verificado em 2012, ano de início da pesquisa.

Maranhão (64,9% de informais), Pará (64,8%) e Piauí (62,4%) lideravam em informalidade no mercado de trabalho, enquanto Santa Catarina (22,7%), Rio Grande do Sul (30,4%) e Distrito Federal (31,0%) tinham as menores proporções de informais.

Embora a informalidade no mercado de trabalho seja menor em Salvador do que na Bahia como um todo, a proporção de informais na capital cresce seguidamente desde 2014 e chegou, em 2018, a um recorde na série histórica (desde 2012). No ano passado, 4 em cada 10 trabalhadores soteropolitanos estavam na informalidade (40,3%, o que equivalia a 587 mil pessoas).

Era a 11ª maior taxa de informalidade entre as capitais, num ranking liderado por Belém/PA (51,1%), Macapá/AP (51,0%) e Rio Branco/AC (47,4%). Florianópolis/SC (24,8%), Curitiba/PR (26,9%) e Porto Alegre/RS (28,3%) tinham as menores proporções de trabalhadores na informalidade.

Na Bahia como um todo, a taxa de informalidade era um pouco maior entre os homens (57,9% dos que trabalhavam eram informais) do que entre as mulheres (55,2%) e praticamente não havia diferença entre os trabalhadores de cor branca (56,8%) e os de cor preta ou parda (56,6%).

Já em Salvador, as desigualdades eram mais visíveis, com a informalidade sendo maior entre as mulheres (43,0% das trabalhadoras eram informais) do que entre os homens (37,7%) e maior entre os trabalhadores que se declaravam pretos ou pardos (40,6%) do que entre os que se declaravam brancos (38,4%).

Em comum, os trabalhadores informais têm o fato de ganhar, em média, cerca de metade do que recebem aqueles em ocupações formais, tanto no país, como no estado e na capital.

Em 2018, na Bahia, enquanto um trabalhador formal recebia, em média, R$ 2.055 por mês, um informal ganhava R$ 904, menos que o salário mínimo daquele ano (R$ 954) e um valor 56,0% abaixo do pago nas ocupações formais.

Em Salvador, a diferença era um pouco menor, mas ainda muito significativa: um trabalhador formal recebia por mês, em média, R$ 2.704, frente a R$ 1.487 de um informal (-45,0%).

No Brasil, os informais recebiam, em média, R$ 1.345, 50,3% menos que os trabalhadores formais (R$ 2.708).Em 2018, percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza volta a cair após três anos em alta, mas ainda é de 42,9% na Bahia e de 22,3% em Salvador

Em 2018, o percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza voltou a recuar tanto na Bahia quanto em Salvador e no Brasil, após ter aumentado por três anos seguidos (2015, 2016 e 2017). Ainda assim, no ano passado, 4 em cada 10 baianos (42,9%), 1 em cada 5 soteropolitanos (22,3%) e 1 em cada 4 brasileiros (25,3%) viviam nessa condição.

O Brasil não tem uma linha oficial de pobreza, mas, considerando-se o critério definido pelo Banco Mundial para países de renda média, de US$ 5,50 por dia em paridade de poder de compra (PPC), em 2018 ela ficava em R$ 413 mensais na Bahia e em Salvador. Viviam com menos que isso 6,3 milhões de baianos e 637 mil soteropolitanos.

Assim, Bahia era, em 2018, o estado brasileiro com maior número absoluto de pessoas abaixo da linha de pobreza. Em termos percentuais (42,9%) tinha a sétima maior proporção de pobres do Brasil.

Dentre os estados, Maranhão (53,0%), Alagoas (48,4%) e Amapá (45,8%) tinham os maiores percentuais de pessoas abaixo da linha de pobreza, enquanto Santa Catarina (8,0%), Distrito Federal (13,1%) e Rio Grande do Sul (13,1%) tinham os menores.

Salvador, por sua vez, é a capital brasileira com a quarta maior população abaixo da linha de pobreza (e também a quarta maior população total), ficando com o 15º maior percentual de pobres.

Dentre as capitais, Macapá/AP (39,2%), São Luís/MA (32,6%) e Recife/PE (31,4%) têm os maiores percentuais de pessoas abaixo da linha de pobreza. No outro extremo, Florianópolis/SC (4,1%), Curitiba/PR (8,4%) e Goiânia/GO (8,8%) têm os menores.

No Brasil como um todo, a linha de pobreza ficava em R$ 420, e os 25,3% de pobres representavam 52,5 milhões de pessoas ganhando menos que esse valor por mês.Bahia tem 13,0% da população em extrema pobreza (1,9 milhão de pessoas)

O valor de US$ 1,90 diário per capita em paridade de poder de compra (PPC) é o limite para a definição de extrema pobreza global, como explicitado no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1.1 e na missão institucional do Banco Mundial. Na Bahia e em Salvador, essa linha equivalia, em 2018, a um ganho mensal de R$ 143. No Brasil como um todo, ficava em R$ 145.

No ano passado, 13,0% da população baiana viviam na extrema pobreza, ou seja, ganhando menos de R$ 143, o que correspondia a 1,9 milhão de pessoas. O estado se manteve com o maior contingente de pessoas em extrema pobreza do país, e o sétimo maior percentual.

O percentual baiano era o dobro do nacional. No Brasil, em 2018, 6,5% da população, ou 13,5 milhões de pessoas, viviam abaixo da linha de extrema pobreza. Porém, enquanto na Bahia esse percentual teve uma redução em relação a 2017, quando era de 13,7% (2,021 milhões de pessoas), no país houve uma variação para cima (era de 6,4% em 2017, 13,3 milhões de pessoas) e o número de extremamente pobres chegou ao seu maior patamar desde 2012.

Em Salvador, 4,3% da população vivia abaixo da linha de extrema pobreza em 2018, o que equivalia a 124 mil pessoas. Era o 5º maior número absoluto e o 14º maior percentual entre as 27 capitais. Houve uma importante redução nessa proporção em relação a 2017, quando 7,0% dos soteropolitanos viviam na extrema pobreza (199 mil pessoas).Proporção de pessoas de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham cresce pelo 3º ano consecutivo na Bahia e chega a 28,2% (962 mil pessoas)

Em 2018, quase 3 em cada 10 jovens de 15 a 29 anos de idade na Bahia (28,2%) não estudavam nem trabalhavam, o que representava quase 1 milhão de pessoas nessa situação em todo o estado (962 mil). Essa proporção cresceu pelo terceiro ano consecutivo, é maior que a média nacional (23,0%) e a nona mais elevada entre os estados.

Além disso, pouco mais de 6 em cada 10 jovens baianos de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham (64,7%) não estão sequer procurando trabalho, o que significa 623 mil pessoas nessa situação.

Embora essa proporção (64,7%) na Bahia seja apenas a 15ª entre os 27 estados, o número absoluto que ela representa (623 mil) é o segundo maior do país, ficando abaixo apenas do verificado em São Paulo (902 mil pessoas).

Em Salvador, a proporção de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem trabalhavam, em 2018, era bem menor que no estado como um todo: 17,3%, o que representava 107 mil pessoas nessa situação. Era o sétimo menor percentual entre as capitais.

Menos da metade dos que não estudavam nem trabalhavam na capital baiana tampouco procuravam trabalho (45,9%, ou 49 mil pessoas de 15 a 29 anos de idade). Era o quarto menor percentual entre as capitais.


Outras informações estão na Agência IBGE Notícias.

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