Cotidiano

Homem tem convulsão limpando banheiro por causa do cloro

Uma simples limpeza de rotina quase se tornou fatal para o DJ Raphael Voolk, de 29 anos, residente em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro. No dia 11 de agosto, enquanto realizava a limpeza do banheiro de sua casa, Raphael foi intoxicado pelo uso excessivo de cloro, desmaiou e sofreu dois episódios de convulsão.

O incidente

Raphael estava limpando o banheiro com a porta fechada, utilizando uma mistura de cloro e desinfetante. Com o cheiro forte e a quantidade excessiva de produtos, começou a sentir-se mal, desmaiou e teve convulsões. “Eu não tinha noção dos cuidados e dos perigos. Misturei cloro com desinfetante, e mesmo percebendo que havia exagerado na quantidade, continuei. O cheiro forte me fez desmaiar e tive convulsões”, relata Raphael.

Sua esposa, que estava em casa, imediatamente correu para ajudá-lo, colocando-o de lado para evitar que se engasgasse. Após o primeiro episódio de convulsão, Raphael ficou inconsciente e, minutos depois, sofreu outra convulsão, sendo levado ao hospital. Esta foi a primeira vez que Raphael teve convulsões em sua vida.

A importância de seguir as instruções de segurança

Paulo Engler, diretor-executivo da Abipla (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional), alerta sobre os perigos de não seguir as instruções dos rótulos dos produtos de limpeza. “Os produtos de limpeza regularizados no Brasil são seguros quando usados corretamente. No entanto, o uso inadequado pode resultar em intoxicação ou queimaduras. É essencial seguir as recomendações dos fabricantes, como manter o ambiente ventilado durante a aplicação”, explica Engler, ao UOL.

Misturar produtos de limpeza, uma prática comum em muitas residências, é altamente perigoso. “Essas misturas podem gerar gases tóxicos e líquidos corrosivos, além de diminuir a eficácia dos produtos”, acrescenta Engler. Ele também destaca a importância de usar produtos registrados pela Anvisa, garantindo sua segurança e eficácia.

Riscos de danos neurológicos

Após ser levado ao hospital, Raphael foi diagnosticado com anafilaxia, uma reação alérgica grave. “Se minha mulher não estivesse comigo, eu poderia ter morrido”, afirma Raphael. Ele foi tratado com antialérgicos e adrenalina e, felizmente, não sofreu sequelas, mas ainda carrega hematomas que servem como um lembrete do incidente.

O médico Arthur Vianna, professor de pneumologia na UFF (Universidade Federal Fluminense), explica que reações anafiláticas ao cloro são extremamente raras. “O cloro geralmente causa irritação na pele, olhos e vias respiratórias, mas não costuma desencadear anafilaxia. No caso de Raphael, as convulsões podem ter sido provocadas por uma baixa oxigenação devido ao fechamento das vias aéreas”, explica Vianna.

O que é anafilaxia?

A anafilaxia é uma reação alérgica intensa e potencialmente fatal, que pode ser desencadeada por alérgenos como alimentos, medicamentos e picadas de insetos. Os sintomas incluem confusão mental, inchaço na garganta, tonturas, urticária, e pressão arterial baixa. O tratamento imediato com adrenalina é essencial para salvar vidas.

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