Cotidiano

Greve nas universidades continua sem resolução

UFBA - ONDINACom atividades acadêmicas suspensas desde maio, as universidades federais e estaduais continuam paradas devido ao impasse entre docentes e o governo. A principal reivindicação acaba sendo também as mais polêmicas, pois envolve o orçamento das instituições de ensino superior.

Por conta da dificuldade de encontrar um acordo que possa responder às demandas, sem trazer gastos para o governo, as quatro estaduais e as três federais da Bahia, permanecem sem aulas, comprometendo aproximadamente 100 mil estudantes de graduação espalhados por todo território baiano.

Estado

A maior parte das instituições estaduais (Universidade Estadual da Bahia – UNEB; a Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC; a Universidade Estadual do Sudoeste Baiano – UESB) suspenderam as atividades no dia 13 de maio – com exceção da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) que deu início a paralisação no dia 11. O motivo foi a falta de acordo com os docentes em relação a questão orçamentária.

Segundo o coordenador do Fórum das Associações Docentes da Bahia, Elson Moura, a categoria pede a efetivação de 7% da receita líquida de impostos para as quatro universidades, como forma de resolver também as questões trabalhistas. Este fator também tem impedido a promoção financeira dos docentes que cumpriram suas especializações, e que subiram de nível profissional.

“Apenas na Uefs, são 140 professores na fila à espera dessa promoção. O docente chega a passar até quatro anos fazendo seu doutorado, e após concluir a tese, chega a esperar mais três anos para começar a receber a remuneração de um doutor”, explicou Moura. Nas quatro universidades, esse número ultrapassa os 400.

UNEB - SSAO governo do estado chegou a sugerir o remanejamento de 20 vagas para os professores, contudo os docentes não aceitaram a proposta, justificando que a medida não resolveria o problema de forma efetiva. “Precisamos que haja um processo contínuo em relação a promoção dos professores, pois todos os anos entram novos docentes para a fila”, afirma o coordenador do Fórum.

Nesta quinta-feira, 9, uma nova reunião acontecerá entre os representantes dos docentes, e o governo do estado, na Fundação Luis Eduardo Magalhães, onde os professores apresentarão uma proposta única, que inclui todas as reivindicações de questões trabalhistas, a suplementação para este ano, de modo a garantir o funcionamento das universidades, mas com uma mudança em relação à efetivação de 7% de receita líquida em impostos para as universidades, desta vez, para 2016.

Federais

A greve dos professores das universidades federais do estado tiveram início no dia 28 de maio. A Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), e a Universidade Federal do Oeste Baiano (UFOB), estão sem aulas desde essa data, e, neste período, até episódios como o desentendimento entre alunos da UFBA por conta da execução de aulas durante o período de greve já foram registrados.

Lideranças dos servidores públicos federais se reuniram nesta terça-feira, 7, com representantes do governo no Ministério do Planejamento, em Brasília, no qual a proposta discutida são a do reajuste salarial de 21% parceladas em quatro anos. A moção, contudo, foi recusada pelos professores federais. Uma nova assembleia com os professores das universidades federais deverá ocorrer nesta quinta-feira, 9.

A presidente da APUB-Sindicato, Cláudia Miranda, explica que, independentemente do resultado, há questões específicas de cada categoria que também precisam ser resolvidas. “No mês passado, estávamos trabalhando com as mesas setoriais para discutir as questões específicas da categoria, porém, o governo suspendeu temporariamente as mesas, no final de junho”, explicou, afirmando que os professores deverão aguardar o retorno das mesas setoriais para resgatar a discussão específica dos educadores acadêmicos.

Os docentes das universidades federais reivindicam o cumprimento de acordo entre governo e docentes firmados em 2012. Entre as demandas, estão a definição de  fixos, percentuais fixos entre níveis e classes de professores. “Com o último acordo, em 2012, o governo finalizou a questão, mas não organizou dentro da carreira acadêmica. Assim é preciso serem estabelecidos os percentuais fixos de classe de um nível para o outro, assim como o regime de trabalho”.

Bocão news

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