Cotidiano

Greve em Salvador afeta serviços essenciais

A gestão ACM Neto (DEM) em Salvador enfrenta nesta semana a sua primeira greve no funcionalismo, que já afeta serviços de saúde, limpeza urbana, segurança, salva-vidas e gerência de trânsito. Às vésperas da Copa das Confederações, há postos de saúde fechados e faltam garis, guardas municipais e fiscais de trânsito nas ruas. A prefeitura diz não ter recursos para atender ao pedido de reajuste salarial de 15% para 28 mil servidores. Propõe 6,59%, em duas parcelas. “Está quase tudo parado”, afirma Helivaldo Alcântara, diretor do principal sindicato da categoria. O dirigente reconhece usar a proximidade do torneio da Fifa para pressionar a gestão – o primeiro jogo na Bahia será em uma semana. Enquanto os grevistas dizem que a adesão à paralisação chega a 90%, a prefeitura diz não passar de 10%, mas admite interrupção quase total nos serviços de saúde, trânsito, segurança e até salva-vidas na orla. As negociações não avançam há três dias. E ainda há chance de adesão de professores, que farão uma paralisação de 48 horas e podem entrar em greve, e rodoviários. “O período é conturbado, tem a Copa, mas seguiremos mobilizados”, diz Marilene Betros, do sindicato docente. O sindicato dos servidores cita o aumento de 73% ao prefeito e seus secretários. Esse aumento foi concedido ainda no final da gestão passada. Graças à medida, ACM Neto recebe hoje R$ 18 mil. “Eles falam que não têm recursos em caixa, mas por que não abrem mão desse aumento?”, disse Alcântara. Outra queixa é que há servidores com salário-base de R$ 580, abaixo do mínimo. “É o menor do Nordeste”, afirma.

O secretário de Gestão, Alexandre Pauperio, diz que um acordo ainda está difícil. “Nosso valor proposto é acima da inflação. Não tem outra alternativa”, diz. Segundo ele, as finanças do município estão “cambaleantes”, com dívidas de R$ 500 milhões herdadas da gestão João Henrique (PP) que precisam ser pagas em 2013. Sobre o aumento do primeiro escalão, ele afirma que foi aprovado pela Câmara no ano passado, e diz ver “irresponsabilidade” e motivação política na ação sindical. “Tivemos unidade de emergência 24 horas ficando sem um único médico e ações para prejudicar a distribuição de vacinas”, disse. “Está na hora de pôr a cabeça no lugar e ver que não dá para ser assim”, completou. (Aratu)

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