Cidades

Greve adia início de semestre na Ufba; Bahia tem 4 federais sem aulas

A greve de professores e servidores técnicos administrativos atinge quatro universidades federais da Bahia. A paralisação começou em 28 de maio e segue sem definição sobre o término, de acordo com as entidades que representam as categorias. Cruzaram os braços a maior parte dos funcionários das universidades federais da Bahia (Ufba), do Recôncavo da Bahia (Ufrb), do Oeste da Bahia (Ufob) e do Vale do São Francisco (Univasf). Somente a Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsb) não está em greve. Em contato feito pelo G1, as instituições e os comandos de greves informaram que não têm dados sobre o número de profissionais que aderiram ao movimento.
A presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), Claudia Miranda, disse que atualmente as universidades estão “praticamente” paralisadas. “Na Ufba, é muito difícil definir percentual neste momento, até porque calendário já teria se encerrado de qualquer forma e o novo não começou por conta da greve”, apontou. Segundo ela, apenas atividades essenciais estão mantidas, como pesquisas em laboratórios e que dependem de financiamento por meio de edital. Na última assembleia, que contou com 131 professores, eles chegaram a pedir a suspensão do primeiro semestre para a Reitoria. A Ufba não tem, até o momento, uma resolução sobre como o calendário será reorganizado. As aulas do segundo semestre começariam nesta segunda-feira (3).
Na Ufob, conforme assessoria de imprensa, a mobilização abrange parcialmente os técnicos e os professores. No primeiro caso, em todos os setores, o funcionamento é parcial, informou a universidade. Em relação aos professores, as aulas estão suspensas, porém atividades como pesquisa e extensão são realizadas também parcialmente. Diante da paralisação, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Conepe) considerou o semestre “atípico” e vai reorganizar o calendário após fim da greve.
A Ufba e a Ufrb foram procuradas para informar o número de funcionários parados e alunos atingidos, mas não responderam até a tarde desta segunda (8).
Entre as reivindicações dos professores, está o fim do contingenciamento de despesas nas universidades. No caso da Ufba, houve corte de energia em três das faculdades na semana passada. “A Apub vem defendendo que, nesse processo de negociação, caminhemos em duas direções: uma que é específica dos servidores das universidades, como carreira e salários, contingenciamento; no outro aspecto, tem as pautas de servidores púbicos federais, como o movimento contra a lei da terceirização e a retirada das Medidas Provisórias (MP) 664 e 665, que retiram os direitos dos trabalhadores”, afirmou.
Na pauta dos professores da Ufrb e da Ufob, também estão questões relacionadas à expansão e do aumento dos recursos das universidades. A presidente da Apub informou que uma nova reunião da mesa setorial do governo com os professores de universidades federais deve acontecer na próxima semana.
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Universidades Públicas Federais no Estado da Bahia (Assufba), Renato Jorge, estima que, em todas as instituições, cerca de 75% dos trabalhadores técnicos-administrativos pararam as atividades. Apesar de não saber determinar o prazo para o fim da greve, a Assufba avalia que a situação deve ser resolvida até o dia 25 de agosto, quando encerra o prazo para ser enviada a emenda do orçamento que determina a previsão salarial.
Segundo Renato Jorge, além da Ufba, Ufrb e Ufob, a paralisação de servidores também chegou à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab), localizada em São Francisco do Conde.
Os servidores e professores pedem o mesmo reajuste salarial defendido pelos funcionários públicos federais, de 27%, enquanto o governo federal oferece 21,3%. Tanto a Apub quanto a Assufba consideram que a proposta do governo não repõe perdas inflacionárias sofridas pelos trabalhadores. G1 Bahia

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