Cotidiano

Graça Foster já foi 'uma das 100 pessoas mais influentes do mundo'

GRACA FOSTERFestejada ao assumir a presidência da Petrobras em 2012 pela fama de gerente eficiente e durona, Graça Foster deixa a empresa empurrada pelo turbilhão da maior crise da história da estatal, não podendo ser salva nem pela amizade e confiança da presidente Dilma Rousseff – que a chamava de ‘Graciosa’. Maria das Graças Silva Foster, conhecida apenas como Graça Foster, dedicou toda a vida profissional à Petrobras – onde entrou como estagiária em 1978 – e já chegou a dizer que “morreria” pela empresa. Mas o aprofundamento da crise da Petrobras e as críticas geradas pela publicação do balanço do terceiro trimestre de 2014 na semana passada aumentaram o desgaste político sofrido pela executiva, que por duas vezes já tinha colocado seu cargo à disposição de Dilma, mas vinha sendo preservada pela presidente. O tempo virou desde que Foster assumiu a presidência da Petrobras há três anos, em um momento em que o futuro da empresa parecia um mar de oportunidades, e os desafios pela frente pareciam ser estritamente de ordem técnica – como as barreiras a serem vencidas para explorar as reservas profundas do pré-sal. “Externo minha gratidão e fidelidade incondicional à presidenta da República, Dilma Rousseff”, disse na cerimônia de posse em fevereiro de 2012, agradecendo, emocionada, pela confiança de receber “o mais alto posto de uma das maiores empresas do mundo”. “Sinto-me preparada”, pontuou Foster. Meses depois ela viria a ser listada pela revista americana Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2012, ao lado da própria presidente e de Eike Batista – antes da derrocada do então magnata. Foster foi a primeira mulher a assumir a presidência da Petrobras e também de qualquer empresa de petróleo no mundo, até então um clube dominado exclusivamente por homens, segundo levantamento feito à época pelo Energy Institute da Grã-Bretanha a pedido da BBC Brasil. Era o posto que coroava uma vida de dificuldades e perseverança. Foster conheceu a pobreza e o trabalho desde os primeiros anos de vida. A família pobre de Caratinga, Minas Gerais, mudou-se para o Rio quando ela tinha apenas 2 anos e se instalou no Morro do Adeus – hoje uma das favelas que compõem o Complexo do Alemão. A menina Graça catava papel, latinhas e garrafas para ajudar em casa – e comprar as canetas e borrachas para poder ir para a escola. “Garra para mim é tudo. Nunca tive medo de trabalho”, disse em uma entrevista ao jornal O Globo quando estava à frente da diretoria de Minas e Energia da Petrobras.

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