Cidades

Governo fecha cerco para receber dívidas de R$ 40 bilhões já julgadas pelo Carf

JOAQUIM LEVYNos próximos dias, o Ministério da Fazenda inicia os trâmites legais para cobrar R$ 40 bilhões em dívidas de empresas. Os débitos já foram julgados, mas ficaram parados na burocracia do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie de tribunal onde contribuintes podem recorrer contra a cobrança de tributos que considerem injustificável. Segundo fonte ouvida pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a maior parte de empresas e bancos devedores está em São Paulo.

Com a cobrança, a Fazenda, além de melhorar a arrecadação, pretende demonstrar que reagiu às irregularidades apresentadas pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. A investigação revelou um esquema de corrupção no conselho, que atua como última instância administrativa para recursos sobre débitos tributários. A apuração da PF mostrou que conselheiros recebiam propinas para anular ou reduzir punições aplicadas pela Receita Federal.

Depois disso, o Ministério iniciou a reestruturação do Carf. Os R$ 40 bilhões serão inscritos na dívida ativa. Na sequência, o contribuinte ainda pode recorrer judicialmente. Muitas vezes os juízes decidem que os contribuintes depositem os valores contestados em juízo. Para que as dívidas sejam pagas o quanto antes, o governo decidiu invalidar a certidão negativa dos contribuintes que não quitarem o valor devido no prazo. Sem o documento, as empresas ficam impedidas, por exemplo, de participar de licitações. Para reduzir o tempo de permanência dos processos no Carf, o conselho passará a julgar os processos em lotes, ou seja, processos com teor semelhante poderão fazer parte de um mesmo julgamento. Na semana passada, durante a sessão solene para a reabertura do Carf, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse estar contando com os recursos do Conselho. “Eu ando caçando esses R$ 100 bilhões que o Carf mandou”, disse Levy, em referência ao montante em processos já julgados na primeira instância do Carf. Pela declaração do ministro, os R$ 40 bilhões são apenas a uma parte da cobrança prevista.

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