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Gilmar Mendes diz que urnas eletrônicas elegeram ‘coisas’ como Hélio Negão e Bia Kicis

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira, 20, que não há como ter fraude nas urnas eletrônicas brasileiras, visto que esse sistema elegeu políticos como o presidente Jair Bolsonaro (PL) e os deputados Hélio Negão (PL-RJ) e Bia Kicis (PL-DF).

“Todos os Bolsonaro, e eles são vários, foram eleitos pelas urnas eletrônicas”, afirmou o magistrado, em entrevista ao jornal Correio Braziliense. “Bolsonaro também se elegeu, exatamente porque liderou a campanha presidencial, com 55 parlamentares — alguns de que nós nunca ouvimos falar.”

E continuou. “Em uma conversa com ele, brinquei, dizendo que tinha vontade de acreditar na fraude das urnas, porque, quando via nomes como Hélio Negão, Bia Kicis ou coisas assim, pensava: poxa!”, disse Gilmar. “Mas sei que eles foram eleitos, assim como tivemos, em outros momentos, na vitória de Fernando Collor de Mello, a eleição de muita gente desconhecida.”

O ministro acrescentou que, na percepção dele, a desconfiança sobre o tema fortalece a visão de que o sistema eletrônico é “bom”, “sólido” e “funciona bem”. “Essa é nossa segurança”, salientou Gilmar. O magistrado também disse que o país está aperfeiçoando seu sistema de votos. “Demos o passo da biometria, do teste de integridade”, observou. “Então, não temos nenhuma dúvida sobre a consolidação desse sistema.”

Segundo Gilmar, apesar do apoio do Palácio do Planalto ao voto impresso, o Legislativo não validou a pauta. “O Congresso aprovou medidas muito importantes e tem se pronunciado sobre a temática [das urnas eletrônicas], repudiando, inclusive, a emenda do voto impresso, de maneira muito clara”, afirmou. “Então, o Congresso pacificou esse tema.”

O ministro considera que há assuntos mais importantes a serem tratados no debate público. “O menor problema que temos agora é a urna eletrônica”, disse o magistrado. “Precisamos voltar a nossa atenção para questões reais, como a pobreza, que acometeu as pessoas durante a pandemia, a busca pelo crescimento econômico e pelo emprego.”

Gilmar ainda destacou a participação do Exército nas eleições. “As Forças Armadas sempre participaram desse processo, inclusive da votação eletrônica”, explicou. “Se olharmos na origem daqueles que são chamados de ninjas, que implantaram a urna eletrônica, encontraremos técnicos do Instituto Militar de Engenharia [IME] e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica [ITA]. Então, eles sempre participaram da logística das eleições, de modo que, a rigor, parece que devem continuar cooperando nesse sentido.”

Por fim, o magistrado disse que o debate sobre a melhoria do sistema eleitoral faz parte da democracia. “O aprimoramento do sistema sempre foi um objetivo da Justiça Eleitoral”, afirmou. “Não se tinha a biometria, e veio a biometria, o teste de integridade e o teste aleatório das urnas no dia das eleições. Tudo isso foi sendo aprimorado e ampliado. Ninguém deve repudiar o aprimoramento do sistema. E o TSE sempre trabalhou nesse sentido. Há um ritual quanto a isso. E me parece que esse trabalho tem de continuar.”

Revista Oeste

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