Esportes

Galvão Bueno retorna às transmissões após 14 meses

O domingo será especial para o futebol brasileiro. Além da decisão da Supercopa do Brasil entre Flamengo e Palmeiras, o confronto entre as equipes marca o retorno de Galvão Bueno às transmissões da Globo. Após 14 meses de ausência por conta da Covid-19, o locutor voltará a exercer a profissão que desempenha há 47 anos.

Entre o último evento narrado por Galvão, a Supercopa do Brasil de 2020, e o duelo de domingo, passaram-se 420 dias. Em entrevista cedida ao GloboEsporte, o narrador comentou sobre a volta e o negacionismo brasileiro.

 Depois de 14 meses nesse estúdio montado em casa, eu tenho certeza que vou sentir muito frio na barriga. Porque é um retorno, é um renascimento meu, do meu trabalho, do que eu amo fazer. Gostaria apenas que fosse em outras circunstâncias – afirmou

– Vou fazer minha primeira viagem a trabalho em 14 meses. Vou para o estúdio da Globo, em São Paulo, com toda a segurança. Vou estar lá com o Caio, o Júnior vai estar na casa dele, e a reportagem vai estar no campo – completou Galvão.

Sobre o isolamento social durante a quarentena, o locutor esportivo comentou sobre seus aprendizados no período. Além disso, criticou abordagem ineficaz no combate à Covid-19 e lamentou o número de mortos. 

– Tentei continuar trabalhando. Na Globo, nos jogos históricos da seleção brasileira, no “Bem, Amigos”, no Seleção SporTV, nos meus negócios pessoais e me exercitando, porque estar bem fisicamente ajuda a mente a estar bem. Eu me dediquei muito em campanhas em prol dos mais necessitados. Eu talvez tenha sido uma das primeiras vozes a falar em TV aberta: “A pandemia veio pela elite, por gente que trouxe o vírus do exterior. E quando atingir as favelas?”. O resultado está aí, mais de 340 mil mortes – lamentou o narrador

– O que me dói muito são essas mais de 340 mil mortes, tantas famílias sofrendo. Perdi familiares, perdi amigos antigos, amigos recentes, companheiros queridos de trabalho. Mas não quero citar nomes aqui. Quero só dizer que estou ao lado daqueles que perdem a cada dia. É o que mais me dói, tantas mortes, essa dificuldade para vacinar as pessoas, o negacionismo – ponderou 

Vacinado pelas duas doses contra Covid-19, Galvão abordou o sentimento de retornar em um jogo entre duas equipes campeãs. Por fim, ressaltou que mesmo desejando que as circunstâncias fossem outras, a emoção será grande em retornar às transmissões após 47 anos ininterruptos.

– Emocionado eu estou agora [dias antes do jogo], imagina quando colocar o fone, acender a luz da câmera, me ver no monitor. Eu não sei o que eu vou falar. Mas olha o tamanho desse jogo: de um lado o Campeão da Libertadores de 2019, da Recopa de 2019, da Supercopa de 2019, bicampeão brasileiro. Do outro o campeão da Copa do Brasil de 2020, da Copa Libertadores de 2020, com uma mão na taça da Recopa – relembrou o icônico locutor.

– Tenho 47 anos de profissão, completados agora em março. Nunca fiquei tanto tempo sem ir a um estádio ou um estúdio. Cheguei a fazer uma postagem: mais que um retorno, é um renascimento. Eu assim me sentia. Vou me entregar ao meu trabalho, me preparei para esse retorno. Vou tentar ser o vendedor de emoções que sempre disse que fui. Tem um jogaço. Mas eu preferia voltar em outra circunstância, eu preferia voltar com o futebol pensando no seu mundo, mas junto com o mundo. Preferia voltar um pouco mais para a frente. Com esse jogo, mas um pouco mais para a frente. Mas volto com o coração, com vontade, e não sei o que vai ser. Quando a luz acender, quando eu falar “Bem, amigos…”, não sei como vou me sentir, pode ser que eu chore. A emoção vai ser grande – finalizou.

Lance

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