Festa para cachorros no interior de SP oferece bolo com velinha e cerveja

A estilista Isabela Rodrigues pensou em tudo: balões para enfeitar as paredes, petiscos e cerveja para receber os convidados, além de um bolo para saborear depois do tradicional “Parabéns a você”. O aniversariante era Blue, seu poodle de estimação que estava completando seu primeiro ano de vida. “Eu achei o máximo”, conta.

A paixão de Isabela por seu bicho de estimação alimenta um mercado especializado em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, capaz de proporcionar aos pets verdadeiras festas de aniversário, com direito ao momento de assoprar as velinhas bem como de curtir guloseimas preparadas para os cães.

“Por que não fazer algo para eles em vez de simplesmente dar brinquedinhos?”, afirma a empresária Maria Stella Lima, dona de um pet shop que entrou na onda. Segundo ela, a ideia surgiu quando notou que o número de pessoas indecisas sobre como presentear seus mascotes no aniversário começou a aumentar.

Hoje, de acordo com Maria Stella, há clientes dispostos a pagar até R$ 1 mil para proporcionar aos seus animais eventos repletos de atrativos feitos sob encomenda, e com ingredientes especiais, como bolo, biscoitos, petiscos, bebidas, decoração, monitores individuais, saquinhos com surpresas, sorvetes e cupcakes. “Existem muitos pet shops. Para conseguirmos sobressair temos que criar.”

Cardápio

Logo que teve a ideia de trabalhar com bufê para cachorros, a estilista contou com a ajuda de uma amiga apaixonada por cães e gastronomia. “Cozinhar para eles é sensacional”, diz a advogada Bruna Cruz Costa, que nas horas vagas prepara os bolos que garantem as festas contratadas pelos clientes de Maria Stella.

Ela explica que sua receita – que chega a ser vendida por R$ 50 a R$ 70 e deve ser consumida em no máximo dois dias – leva fígado, clara de ovo, farinha integral e ração, além de requeijão light, cream cheese e corantes para a decoração.

Ingredientes que, de acordo com Bruna, foram analisados por um veterinário antes de começarem a ser comercializados. “Cachorro é igual criança. Se eles virem uma coisa colorida, bonita, ele vai querer”, afirma a advogada. Com a mesma massa do bolo, Bruna ainda produz cupcakes para os eventos.

Biscoitos e cervejas
A advogada também oferece uma receita para biscoitos, a única do bufê que também pode ser consumida pelos donos dos cães. A guloseima leva farinha integral, floco de aveia, granola, clara de ovo e óleo de granola. “Eu coloco um pouquinho de caldo de carne só para ficar mais atrativo para o cachorro, mas é imperceptível para os humanos.”

O melhor retorno, diz a advogada, é a satisfação dos donos e principalmente dos animais. “Às vezes eu os vejo cheirando e penso: ‘eles não gostaram, não vão comer’. Mas eles devoram tudo e fico muito feliz”, afirma Bruna.

O bufê “bom pra cachorro” ainda pode oferecer até uma cerveja especial, com cor amarelada e cheiro de carne. Cada garrafa de meio litro custa, em média, R$ 10, segundo Bruna. “Eles podem beber uma garrafa sem problema. Mas normalmente não aguentam.”

Organização

Mas nem só de comidas depende uma boa comemoração. A organização do aniversário, segundo Maria Stella, também passa pela lista de convidados, que pode ser elaborada tanto pelo cliente quanto pelo pet shop. “Tem clientes que trazem os seus próprios convidados, mas há quem não saiba direito quem convidar”, explica a empresária.

Não há limite de animais de estimação – e seus respectivos donos -, mas a relação precisa ser avisada com antecedência para a contratação de monitores suficientes para todos os bichos. “Se é um cachorrinho que não costuma ir ao pet que vai ter a festinha, temos que ficar um pouco mais atentos. Aí tem que ter pelo menos três monitores para ficar de olho.”

Segundo a empresária, o local da festa também pode ser escolhido: ou no pet shop ou na própria casa do aniversariante. “Se você não quer ter trabalho, aqui sai mais em conta. Se você curte o momento de preparar a festa, em casa é mais legal”, afirma.

Tratados como filhos

Convidada na festa do pequeno Blue do início da reportagem, a advogada Leila Quartim ficou encantada com a novidade e inspirada a também preparar uma comemoração para sua cadela Lola. “Acho que não é questão de tratar igual gente. É ser capaz de desenvolver um amor tão grande quanto por uma pessoa. Talvez quem não tem um animal não entenda, mas para nós eles são como filhos. Por isso acho muito legal comemorar”, diz.

G1