Cidades

Família de Campos contesta laudo e diz que é muito fácil culpar quem está morto

EDUARDO CAMPOSA conclusão da investigação sobre a queda de avião que matou Eduardo Campos foi de que houve falha humana no caso. Para familiares do piloto Marcos Martins, no entanto, “é muito mais fácil” culpá-lo para encerrar a investigação. “Quando não são encontradas provas na caixa-preta, a culpa sempre recai sobre o piloto.
 
É muito mais fácil culpá-lo quando não se tem provas”, disse o piloto Carlos Grou, primo do também piloto Marcos Martins, ao Estado de S. Paulo. Martins é apontado pela investigação como o responsável por vários erros que resultaram no acidente que matou o candidato do PSB à presidência e mais outras seis pessoas, incluindo ele mesmo.
 
A aeronave caiu em Santos. Grou acredita que as informações do CVR (Cockpit Voice Recorder), que registra as conversas do piloto, poderiam ajudar nas explicações. Mas o aparelho não gravou as conversas da tripulação. “Se não registrou nada, é preciso que expliquem o porquê”, diz Grou. O piloto disse também que duvida da alegação da Aeronáutica de que Marcos Martins não estava treinado para pilotar um Cessna 560 XL. “O que eu sei é que o Marcos já voava havia quatro anos num XL, que é o mesmo modelo.
 
Eu não sei se ele não tinha experiência com esse avião do acidente, que era mais moderno”, afirmou. As investigações da Aeronáutica, que começam a ser divulgadas no início de fevereiro, concluíram que o acidente que matou o presidenciável do PSB e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no meio da campanha eleitoral do ano passado, foi causado por uma sequência de falhas do piloto Marcos Martins – desde a falta de treinamento para aquela aeronave até o uso de “atalho” para acelerar o procedimento de descida.
 
Como resultado decisivo, Martins foi obrigado a abortar o pouso e arremeter bruscamente, operando os aparelhos em desacordo com as recomendações do fabricante do avião e acabando por sofrer o que é tecnicamente descrito como “desorientação espacial”. É quando o piloto perde a referência do avião em relação ao solo, não sabe se está voando para cima, para baixo, em posição normal, de lado ou de ponta cabeça.
 
Essa conclusão sobre a “desorientação espacial” baseou-se em informações sobre os últimos segundos do voo, no momento em que o avião embicou num ângulo de 70 graus e em potência máxima, como se o piloto acelerasse pensando que estava em movimento de subida, quando na verdade estava voando para baixo, rumo ao solo.
 
O acidente ocorreu na manhã de 13 de agosto de 2014, quando o Cessna 560 XL saiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio, rumo à Base Aérea de Santos, no Guarujá, em São Paulo. Por volta de 10 horas, a aeronave caiu em Santos, no bairro Boqueirão. Além de Eduardo Campos, que estava em terceiro lugar na corrida presidencial, morreram quatro assessores dele, o piloto e o copiloto Geraldo Magela Barbosa.
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