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Fabiana Murer entra na reta final para 2016 e, também, para a carreira

FABIANA MURERFabiana Murer estreia na temporada em um meeting de salto com vara em Rouen, na França, neste sábado. O ano de 2015 marca o início da reta final da preparação da saltadora para os Jogos Olímpicos do Rio. E também para o encerramento de sua carreira dentro das pistas, definida para depois da competição de 2016. “Estou em contagem regressiva já. Estou decidida a parar e não volto atrás não.”
A saltadora chega serena à metade do ciclo olímpico. A frustração dos Jogos de Londres, em 2012, quando não conseguiu passar à final, ficou para trás. O ano seguinte, marcado por problemas físicos, também foi superado. Por isso, considera que 2014 – temporada em que fez as três melhores marcas do mundo, voltou a saltar 4,80 m e ganhou a Liga Diamante pela segunda vez – foi um ano de recuperação.
“Apesar de ter uma competição importante que é a Olimpíada no Brasil, estou bem mais tranquila do que nos anos anteriores em relação à pressão – minha e dos outros. Estou fazendo o que acho que tenho que fazer, o que é melhor para mim, mesmo nos treinos”, avalia, segura. “Acho que tenho bastante experiência, sei encarar cada competição, cada treinamento. Tudo o que passei de bom e de ruim nos últimos anos me ajudaram a ser a atleta e a pessoa que sou hoje. E tento usar isso da melhor foram possível para me engradecer nos próximos dois anos.”
Ao mesmo tempo em que se dedica aos treinos, Fabiana não deixa de imaginar como será a vida após o atletismo. Algo é definitivo, garante: não vai ser técnica. No máximo, pode servir de “conselheira de luxo” para o técnico (e marido) Elson Miranda. “Eu gosto de ver (os treinos) e dar meus palpites. Eu falo para o Elson que, se der, eu ajudo, mas ficar na pista, não.” Com o diploma em fisioterapia, pode exercer a carreira em que se formou. “É um caminho que eu estou vendo, mas tem outras coisas aí… Mas eu estou bem consciente de que vou parar, e tirei um ano (2017) para pensar, ver o que eu vou fazer, estudar, fazer algum curso.”
Enquanto imagina como vai ser sua nova vida, Fabiana mantém objetivos bastante palpáveis dentro da pista. Neste ano, terá duas importantes competições, os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, e o Mundial de Pequim, em agosto. O bom desempenho em 2014 dá confiança para performances marcantes nos dois torneios. “Estou bem focada nos treinos, nas competições, e quero aproveitar o máximo possível para terminar bem a minha carreira. Já consegui muita coisa do que eu queria, fiz história algumas vezes no salto com vara, mas quero mais.”
No ano passado, voltou a saltar 4,80 m, marca que não alcançava desde 2011, ano em que se tornou a primeira mulher do atletismo brasileiro a conquistar um título mundial. Desde novembro, treina para a atual temporada e comemora ter passado a fase mais pesada de preparação sem grandes problemas físicos. Por isso, a meta para as cinco competições indoor que vai fazer, até fevereiro, é bater seu recorde sul-americano (4,82 m, de 2010). “Me sinto melhor que o ano passado e retrasado. Não tive lesões, consegui trabalhar uns pontos que eu precisava, como o fim da corrida, e estou me sentindo mais forte que nos outros anos.”
Neste sábado, em Rouen, Fabiana entra na competição como a atleta de melhor resultado – tem 4,85 m como recorde pessoal. Ela terá como principais rivais duas jovens atletas, a francesa Marion Fiack, de 22 anos, que bateu o recorde nacional com 4,71 m, e a russa Anzhelika Sidorova, de 23, prata no Mundial Indoor de 2014, e que já saltou 4,72 m. O torneio também terá a presença do brasileiro Augusto Dutra, que duelará com o recordista mundial indoor Renaud Lavillenie (6,06 m).

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