Cotidiano

Ex-diretor internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró é preso pela PF no aeroporto do Rio

cerveroA Polícia Federal prendeu, pouco depois da 0h30 desta quarta-feira (14), o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Ele foi detido ao desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, acusado de envolvimento na Operação Lava Jato. A informação foi confirmada à GloboNews pelo advogado de defesa de Cerveró, Edson Ribeiro. Nestor é acusado de participação em crimes como corrupção contra o sistema financeiro nacional e lavagem de capital entre 2006 e 2012, conforme a denúncia aceita em 17 de dezembro pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato na primeira instância. Foi a última denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) na sétima fase da operação. Além de Cerveró, passaram a ser réus no processo: Fernando Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na estatal; e Júlio Camargo, executivo da Toyo Setal. Além deles, a Justiça também aceitou a denúncia contra o doleiro Alberto Youssef, que já virou réu em outras ações. De acordo com o MPF, Fernando Baiano e Nestor Cerveró são suspeitos de receber US$ 40 milhões de propina nos anos de 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México. Fernando Baiano era representante de Nestor Cerveró no esquema, ainda segundo a denúncia. Ao despachar pela aceitação da denúncia, Moro marcou para fevereiro de 2015 a primeira audiência.
Na avaliação do juiz, o MPF reuniu um número significativo de documentos que amparam as afirmações nas denúncias, especialmente o envolvimento direto de Nestor Cerveró nas contratações dos navios-sonda e as dezenas de transações financeiras relatadas pelo criminoso colaborador e que representariam atos de pagamento de propinas e de lavagem de dinheiro. Entre os documentos, há extratos que demonstram as transações que teriam sido efetuadas para contas beneficiárias indicadas por Fernando Soares. “Foram também juntados documentos relativos aos pagamentos efetuados pelas empresas de Júlio Camargo no Brasil”, afirmou Moro. Nestor Cerveró e Fernando Baiano respodem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além destes crimes, Júlio Camargo responderá por evasão fraudulenta de divisas e fraudes em contratos de câmbio. Nesta ação, Youssef responde apenas por lavagem de dinheiro.
Defesa: No dia em que o juiz aceitou a denúncia, o advogado Edson Ribeiro, que defende Nestor Cerveró, voltou a afirmar ao G1 que o cliente não tem envolvimento algum com Fernando Baiano, nem com o esquema investigado pela Lava Jato. Ribeiro ainda disse que vai recorrer aos tribunais superiores, pois entende que, como a sede da Petrobras fica no Rio de Janeiro, o processo deveria estar sob jurisdição da Justiça Federal no Rio de Janeiro. Mario de Oliveira Filho, advogado do lobista Fernando Baiano, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu às ligações. O mesmo ocorreu com os advogados que representam o doleiro Alberto Youssef. A defesa de Júlio Camargo não foi localizada, e a assessoria de imprensa da Toyo Setal ainda não retornou as ligações. Alberto Youssef e Fernando Baiano estão presos na carceragem da Polícia Federal (PF) na capital paranaense. Youssef foi preso no mês de março, quando a primeira fase da operação foi deflagrada. Já Fernando Baiano foi preso em novembro, durante a sétima fase da Lava Jato. Além deles, 11 executivos de empreiteiras continuam presos na carceragem da PF.

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