Cotidiano

Em liberdade, Lula quer retomar diálogo com as Forças Armadas

O ex-presidente Lula, em liberdade desde o dia 8 de novembro, pretende estabelecer diálogo com militares ou com interlocutores deles. De acordo com a Folha de S. Paulo, o ex-presidente quer entender o motivo da animosidade de setores das Forças Armadas contra ele e o partido.

Quando ainda estava preso, o petista também afirmava não compreender o que considera nova postura de boa parte das Forças Armadas diante de temas como privatização. “Onde estão os militares nacionalistas? Em que país do mundo uma distribuidora como a BR (que se tornou empresa privada recentemente) vale menos que um hotel? Venderam a BR por menos que o Copacabana Palace”, afirmou, certa vez.

Em 2018, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) votava o habeas corpus em que Lula pedia para não ser preso, o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, chegou a escrever uma mensagem no Twitter dizendo que os militares estavam atentos “às suas missões institucionais”.

A mensagem foi entendida como tentativa de pressionar o Supremo para que a Corte permitisse a prisão de Lula, fato que acabou ocorrendo.

Em novembro de 2019, Villas Bôas declarou à Folha que as Forças Armadas estiveram “no limite” na véspera da votação no STF.

“Ali, nós conscientemente trabalhamos sabendo que estávamos no limite. Mas sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não me expressasse. Porque outras pessoas, militares da reserva e civis identificados conosco, estavam se pronunciando de maneira mais enfática. Me lembro, a gente soltou [o post no Twitter] 20h20, no fim do Jornal Nacional, o William Bonner leu a nossa nota”, disse.

Na mesma entrevista, o general disse ainda que, apesar das críticas que recebeu, a mensagem surtiu efeito. “A relação custo-benefício foi positiva. Alguns me acusaram… de os militares estarem interferindo numa área que não lhes dizia respeito. Mas aí temos a preocupação com a estabilidade, porque o agravamento da situação depois cai no nosso colo. É melhor prevenir do que remediar”, afirmou.

Ao jornalista Bob Fernandes, na TVE Bahia, quando ainda estava preso, Lula disse que Villas-Boas “deveria ler os anais das forças armadas” para procurar um presidente “que teve o respeito e cuidou das Forças Armadas” como ele cuidou.

Bahia.ba

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