Aliados do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sinalizaram que o tucano aceitará disputar prévias para decidir o candidato a presidente da legenda sob quaisquer regras – desde que não haja risco de protelação da decisão.
Caso a consulta, que deve acontecer no próximo dia 21 de novembro, fosse realizada hoje, as prévias contariam com, além de Doria, o senador pelo Ceará Tasso Jereissati, o governador pelo Rio Grande do Sul Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, existia uma divergência dentro do partido sobre as regras das prévias. O grupo do governador queria um modelo em que os filiados tivessem o mesmo peso que aqueles com mandato na hora de votar – o que lhe daria vantagem, dado que São Paulo tem 22% dos 1,36 milhão de tucanos do país.
Dirigentes do partido ponderam que o número de filiados em situação regular é menor que isso – considerando, por exemplo, que nas prévias para o governo de SP em 2018 15 mil dos 310 mil aptos a participar se manifestaram. Neste contexto, semana passada, a direção do partido aprovou prévias nas quais o peso do voto dos filiados é menor, 25%.
Então, os apoiadores de Doria passaram a trabalhar para elevar o peso para 50%. Integrantes da sigla acreditam numa solução intermediária. Líderes tucanos sugeriram na última segunda-feira (14) que o governador havia aceitado um índice de 40% – o que seria um gesto dos concorrentes e da direção.
Também de acordo com a publicação, o grupo de Doria acusa aliados do deputado federal Aécio Neves de atuarem para atrapalhar o processo. O mineiro é defensor da tese segundo a qual o PSDB pode não ter candidatura própria. Para seu grupo, isso significa a sobrevivência do partido. Já para o de Doria, Aécio é movido por interesses pontuais.
Mesmo que as regras permaneçam como foram definidas, aliados e adversários de Doria calculam que ele sai com algo entre 35% e 40% dos votos possíveis. Assim, restaria batalhar pelos 51% necessários para ser o candidato.
Bnews