Cotidiano

Dilma fala sobre carta e compara Cunha a "poderoso chefão"

DILMA - CALMA AIA presidente afastada Dilma Rousseff (PT) revelou alguns trechos da carta que deve entregar na próxima semana aos senadores, senadoras e ao povo brasileiro.

Em entrevista, a petista revelou que a defesa do plebiscito é o argumento central do discurso. “Darei apoio integral à iniciativa de convocação de um plebiscito, com o objetivo de definir a realização de novas eleições e a reforma política no país”, afirmou Dilma.

No entanto, um dos desacertos entre Dilma e o Partido dos Trabalhadores (PT) foi que o presidente Rui Falcão, disse ser contra o plano de consulta popular.

Mas Dilma rebate. “Que o povo se manifeste, não só através de pesquisas de opinião, mas por meio do voto popular sobre a antecipação das eleições e reforma política”, afirmou.

A presidente afastada ainda disse que “estão tratando o presidencialismo como se parlamentarismo fosse. O parlamentarismo permite o voto de desconfiança. No presidencialismo, o impeachment, sem crime, é golpe”, argumentou.

A reportagem questionou Dilma se há lógica em querer voltar para então sair, como diz Michel Temer. “A lógica? É ele não ter 54,5 milhões de votos. Eu sou legítima. Ninguém, nem o impeachment, transformará Temer num presidente legítimo. E ele vai carregar essa pecha até o fim”, ressalta a petista.

Em relação a sua fala sobre o precisar passar por “grande transformação em que se reconheça todos os erros”, Dilma explica que a declaração tinha o intuito de defender a legenda ao ser questionada sobre o fim da sigla.

A petista confirmou a tese da autocrítica partidária. “É um processo. O PT foi muito demonizado. [Mas] vai ter de fazer, é simples assim, acaba fazendo.”

Ainda na entrevista, Dilma comentou sobre o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável pela admissibilidade do pedido de impeachment. “Chego a sentir pena, de certa forma. Como gente. Porque a pessoa que acha que o mal é banal vive num total desalento. Como o cara de [descrito pela escritora alemã] Hannah Arendt, que trabalha na câmara de gás, num campo de concentração, e volta pra casa, uma casa florida, e beija seus filhos”.

A petista também considera que Cunha tem “tentáculos” na Câmara. “Teria de tirar muito ele de cena para tirar a influência dele”, opina.

Sem citar Cunha diretamente, a presidente afastada avalia: “Parece aquelas versões dos filmes americanos em que o poderoso chefão controlava tudo de dentro da prisão”.

Folha de São Paulo

 

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