Tecnologia

Crescimento das contas digitais mudam relacionamento com Bancos

Há 58 anos, por exemplo, as mulheres puderam abrir conta corrente pela primeira vez no Brasil, hoje elas representam em média 40% do público bancarizado do país.

Entre o período de 1808 a 1905, o sistema bancário começou a se formar no Brasil, mesmo com padrão monetário oscilante entre o ouro e o papel-moeda. A abertura financeira para o exterior e o uso generalizado de cheque, por exemplo, só aconteceram no período seguinte, entre os anos de 1905 e 1930.

Em 1945, deu-se origem aos principais bancos do país, mas somente em 1964 houve uma reforma financeira, em que o Banco Central do Brasil foi criado, com o principal objetivo de financiar o desenvolvimento econômico da nação. Apesar dos avanços, a popularização bancária só aconteceu realmente no período entre 2003 e 2010, com a abertura de contas correntes simplificadas, e concessão de crédito consignado, crédito pessoal e microcrédito.

Com a tecnologia e as inovações de mercado e concorrência, o setor financeiro começou a ser invadido por startups e iniciativas facilitadoras para o cidadão brasileiro. Na sequência, deu-se início às chamadas fintechs, um modelo de negócio que unifica os termos financial (financeiro) e technology (tecnologia), iniciando uma nova era: as contas e bancos digitais. Até de junho de 2018, por exemplo, um estudo do Finnovation apontou que o número de fintechs no Brasil era de 377, mas em todo o mundo, elas já somavam mais de 5,5 mil. Entre as principais opções, há modelos de fintechs de crédito, pagamento, crowdfunding, controle financeiro, investimentos e outros.

Dada esta tendência, os grandes bancos também passaram a enxergar com bons olhos essa nova perspectiva, e modificaram aos poucos suas modalidades de negócio e abertura de conta. A grande maioria já oferece não apenas uma opção de conta digital grátis, como também aplicativo para a criação e manutenção das transações.

Os valores das taxas (normalmente sem custos ou com custos baixíssimos em comparação com as da modalidade antiga) são, disparadamente, o fator que mais atrai os brasileiros para a abertura de uma conta digital.

Mulheres só puderam abrir conta em banco a partir de 1962

No século passado, apesar da presença dos bancos no Brasil, as mulheres casadas não tinham o direito de ter uma conta corrente em seu nome. O Código Civil de 1916 impedia as mulheres de abrir conta no banco sem a autorização dos maridos. Somente em 1962, a promulgação do Estatuto das Mulheres Casadas, ampliou os direitos, ao abolir esta e outras proibições.

Apenas com a Constituição de 1988, a igualdade de direitos e deveres entre mulheres e homens foi oficialmente expressa. Hoje, com o fácil acesso aos bancos digitais e novas modalidades de abertura de conta, elas representam em média 40% do público bancarizado do país.

A caça pelos desbancarizados

De acordo com um estudo do Instituto Locomotiva, divulgado em agosto de 2019, há no Brasil cerca de 45 milhões de desbancarizados. Este grupo é representado pelas pessoas que não movimentam contas bancárias há, pelo menos, 6 meses ou não têm realmente uma conta corrente ou poupança aberta em nenhuma instituição financeira. Esse número revela que 1 a cada 3 brasileiros não faz parte do mercado financeira nacional.

Mas, por que os bancos estão atrás da parcela da população desbancarizada? Porque, de acordo com o estudo, esse grupo chega a movimentar mais de R$800 bilhões por ano. Vale destacar, ainda, que 86% dos desbancarizados se concentram nas classes econômicas C, D e E, ou seja, a parte da população nacional menos conectada e com maior informalidade de trabalho.

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