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Cidades brasileiras precisam adequar-se às mudanças climáticas, alerta consultoria ambiental

De acordo com a Ramboll, municípios não estão preparados para lidar com os efeitos causados pelas mudanças climáticas, como alagamentos e deslizamentos.

Na Austrália, os incêndios já devastaram 70 mil quilômetros quadrados de matas, matando mais de um bilhão de animais. Do outro lado do mundo, o Brasil começa a sofrer com as inundações causadas pelo período de chuvas. Mais de 15 mil quilômetros separam os dois países, mas ambos estão sofrendo os impactos causados pelas mudanças climáticas. E, agravando a situação, as cidades brasileiras não estão preparadas para essa nova realidade.

“O clima mudou e as cidades estão sentindo esse reflexo, pois não estão preparadas para a nova realidade”, explica Alejandra Maria Devecchi, gerente de Planejamento Urbano da Ramboll, multinacional dinamarquesa especializada em consultoria ambiental. “O cenário de mudanças climáticas, com a alteração do regime pluvial e concentração das chuvas em poucos eventos, impõe uma revisão das leis de uso e ocupação do solo e dos sistemas tradicionais de infraestrutura. Esta situação constitui uma oportunidade para revisar os planos diretores com este enfoque e introduzir a infraestrutura verde-azul como sistemas complementares aos tradicionais sistemas de drenagem. Precisamos reaprender a conviver com a água”, explica Alejandra.

As enchentes são apenas um dos problemas causados pelas chuvas. Deslizamentos de terra, como aconteceram em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, revelam que os danos não ficam limitados às grandes cidades. O 4º relatório do IPCC (órgão da ONU para mudanças climáticas), publicado em 2007, já indicava que as chuvas na região sudeste aumentariam nos próximos anos.

Ainda segundo o relatório, os impactos não ficarão restritos às chuvas. No Nordeste do Brasil, as áreas semiáridas e áridas sofrerão uma redução dos recursos hídricos, com impactos na vegetação e nas espécies, e a recarga estimada dos lençóis freáticos diminuirá dramaticamente em mais de 70%. No Centro-Oeste, de 38% a 45% das plantas do cerrado correm risco de extinção se a temperatura aumentar em 1,7°C em relação aos níveis da era pré-industrial. As áreas costeiras serão impactadas pelo aumento do nível dos oceanos e parte da cidade de Santos pode ser inundada. Esses são exemplos de riscos reais.

“Todas as cidades serão impactadas, de uma forma ou de outra”, destaca Eugenio Singer, presidente da Ramboll no Brasil, alertando: “Apesar de algumas ações pontuais, o País ainda está muito atrasado quanto à adequação às mudanças climáticas, o que pode acarretar inúmeros prejuízos nos próximos anos”.

Sobre a Ramboll
Fundada em 1945, na Dinamarca, a Ramboll, uma das três principais empresas mundiais de consultoria em serviços ambientais, é conhecida por assinar projetos históricos e de reconhecimento global, como a Harpa Concert Hall, o Centro de Conferências, na Islândia, e a Ópera House em Copenhague, na Dinamarca.

Atuando no Brasil desde 2015, a Ramboll Brasil conta com mais de 100 colaboradores nas áreas de Petróleo & Gás, Meio Ambiente, Saúde e Segurança, Água, Energia, Transporte e Planejamento Urbano.

A Ramboll supervisiona e mantem o Programa de Reparação Integral da Bacia do Rio Doce, para o Ministério Público Federal, desenvolvido com as comunidades ribeirinhas, associações, cooperativas e comunidades indígenas da região. No Rio de Janeiro, assina o Plano de Adaptação de Mudanças Climáticas C-40.

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