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Brasil é o segundo país que mais consome cocaína e crack

CRACK USUARIOSO Brasil é o segundo país com maior número de usuários de cocaína em pó e crack no ano de 2011, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo a pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada nesta quarta-feira (5), existem 2,8 milhões de consumidores no país, contra 4,1 milhões registrados pelo primeiro colocado. Quando as duas drogas são consideradas isoladamente, o Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína. Segundo a pesquisa, 17% do total de usuários consumiram os dois tipos de droga. Segundo o médico Ronaldo Laranjeira, organizador do estudo, os países desenvolvidos diminuíram o consumo da droga. Na contramão, os emergentes elevaram o número de usuários. “Isso mostra que temos uma rede de tráfico no Brasil inteiro que sustenta quase 3 milhões de usuários de cocaína e crack”, disse. Apesar de o número dos usuários de crack ser inferior ao da cocaína intranasal, esse é o público que mais preocupa o médico. “É a população que tradicionalmente tem uma mortalidade maior. Com certeza, 1 milhão de usuários de crack é problema muito mais preocupante que [cerca de] 2 milhões de usuários de cocaína”, disse Laranjeira. O estudo aponta que 27% dos usuários dos dois tipos de cocaína – em pó, de uso nasal, e em pedra, fumada – consumiram a droga todos os dias ou ao menos duas vezes por semana, no ano passado. Quase metade (48%) foi identificada como dependente químico, mas apenas 30% deles disseram ter a intenção de interromper o uso. Outro ponto preocupante abordado pelo relatório foi a idade de iniciação. Os usuários que experimentaram cocaína antes dos 18 anos de idade são quase metade (45%). Além da iniciação precoce, o acesso à droga também é facilitado, pois 78% deles consideraram fácil encontrar o produto. Por outro lado, a busca pelo tratamento é baixa e apenas 10% dos usuários procuram ajuda.“O acesso é muito difícil no Brasil e a qualidade do tratamento é muito precária. Então, é isso que a gente tem que mudar, nós temos que criar um sistema que realmente funcione”, disse Laranjeira.

 

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