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Barroso: Forças Armadas ‘estão sendo orientadas’ a atacar processo eleitoral

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou que as Forças Armadas “estão sendo orientadas” para atacar e tentar desacreditar o processo eleitoral. Sem apresentar provas da alegação, o magistrado também não disse de quem partiria esta determinação.

A declaração foi dada neste domingo, 24, durante participação em um seminário organizado por alunos e ex-alunos brasileiros da universidade alemã Hertie School. Barroso ainda criticou “ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral”.

Para o ministro, o desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios em 10 de agosto de 2021, mesmo dia em que a Câmara rejeitou a proposta de voto impresso auditável, teve “intenção intimidatória”. Na ocasião, os militares levaram um convite ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para que ele participasse de um evento em Goiás.

“Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória. Ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral. Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar? Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo”, afirmou.

Barroso foi além: disse que o Brasil é um dos países que testemunha a ascensão do “populismo autoritário” e que existe uma tentativa de levar as Forças Armadas ao “varejo da política”. Para ele, é importante que os comandantes militares evitem este caminho.

“Um fenômeno que em alguma medida é preocupante, mas que até aqui não tem ocorrido, mas é preciso estar atento, é o esforço de politização das Forças Armadas. Esse é um risco real para a democracia e aqui gostaria de dizer que, eu que fui um crítico severo do regime militar, militante contra a ditadura, nesses 33 anos de democracia, se teve uma instituição de onde não veio notícia ruim foi as Forças Armadas. Gosto de trabalhar com fatos e de fazer justiça.”

O ministro do STF criticou a saída do governo de militares “admirados e respeitadores da Constituição”. Ele citou os generais Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, Maynard Santa Rosa, ex-secretário de Assuntos Estratégicos, e Fernando Azevedo e Silva, ex-ministro da Defesa.

“Tenho a firme expectativa que as Forças Armadas não se deixem seduzir por esse esforço de jogá-las nesse universo indesejável para as instituições de Estado que é o universo da fogueira das paixões políticas. E até agora o profissionalismo e o respeito à Constituição tem prevalecido”, declarou Barroso.

Revista Oeste

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