Polícia

Após 2 meses sem resposta, família de morto em operação da PF protesta

POLICIA FEDERAL - PROTESTODois meses sem repostas. Familiares e amigos de Márcio Neris, de 35 anos, que foi morto em casa durante uma operação da Polícia Federal, fizeram uma caminhada na manhã deste sábado (15), até a sede da PF, em Salvador. O motorista foi assassinado no dia 16 de junho, após agentes invadirem o apartamento dele, no bairro Jardim Nova Esperança. A família afirma que, durante esses dois meses, eles estão sem saber como anda o processo e também não têm acesso às informações da perícia.

O grupo caminhou por quase um quilômetro até a região de Água de Meninos, onde fica a sede da Polícia Federal na capital baiana. A assessoria de imprensa da PF informou que só pode passar informações à imprensa na próxima segunda-feira (17). Segundo a família do motorista, Márcio Neris estava em casa, sozinho, no condomínio Jardim das Orquídeas, quando policiais federais entraram no apartamento e atiraram nele. Ainda de acordo com parentes, a PF invadiu o imóvel, mas a pessoa que eles procuravam estava em outro apartamento. Com um tiro no toráx, Márcio Neris chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

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A Polícia Federal afirma que o motorista baleado não era alvo de mandado de prisão da operação “Carga Pesada”, mas quando os policiais entraram no apartamento, ele estava armado e resistiu. Essa versão é negada pela família, que afirma que o motorista não tinha arma em casa. “Meu irmão foi morto inocentemente. Eles agora estão querendo dizer que meu irmão estava com uma arma, sem existir arma. Ele não tinha inimigos para ter arma. A gente quer uma resposta”, revolta-se Marcos Neris, irmão da vítima.

Ainda segundo a família, o Ministério Público realizou três audiências e ouviu vizinhos, a mulher de Márcio e o porteiro. Viviane Neris, viúva do motorista, diz que na Polícia Federal apenas ela e o porteiro foram ouvidos. Ela conta que nem o advogado da família tem tido acesso ao resultado da perícia. “O Ministério Público está bem mais adiantado do que a Polícia Federal, porque já era para ter ouvido essas pessoas.

Não tem posicionamento nenhum da PF com relação ao apoio psicológico à família ou procurando saber se a família está passando por alguma necessidade”, revela Viviane. “São dois meses de sofrimento, de dor. Então, a gente quer que eles respondam a gente para que pelo menos essa dor se amenize”, reivindica Daiane Neris, irmã de Márcio. O motorista deixou duas filhas, uma de 11 anos, de outro casamento, e a caçula, de 1 ano. “Graças a Deus, hoje a gente está tentando ficar mais com a família para ela não sentir tanta falta do pai. Mas se você chegar na casa da minha irmã, se você falar cadê papai?, ela aponta para a foto”, se emociona a mãe da criança.

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