Cotidiano

Adélio diz que vai “cumprir missão de matar Bolsonaro” se deixar prisão

Autor do atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro (PSL) na campanha presidencial, na cidade de Juiz de Fora (MG), Adélio Bispo de Oliveira afirmou durante avaliação psiquiátrica feita pela Justiça que tentou assassiná-lo porque, caso fosse eleito, o ex-capitão “entregaria nossas riquezas ao FMI, aos maçons e à máfia italiana”.

As declarações constam da decisão do juiz Bruno Savino, da 3.ª Vara Federal de Juiz de Fora, que julgou inimputável (impossibilidade de ser condenado) o agressor de Bolsonaro. O magistrado considerou que Bispo sofre de Transtorno Delirante Persistente.

As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Nas declarações feitas durante a avaliação, o agressor disse que seriam mortos “os pobres, pretos, índios, quilombolas, homossexuais, só ficando os ricos maçons dominando as riquezas do Brasil”.

O crime aconteceu no dia 6 de setembro do ano passado, cerca de um mês antes do primeiro turno eleitoral. O autor do atentado, cometido à faca, está preso em Campo Grande (MS).

Adélio Bispo afirmou ainda que, quando sair da prisão, vai “cumprir sua missão de matar Bolsonaro e também Michel Temer (ex-presidente da República), que também participaria do complô maçônico para conquistar as riquezas do Brasil”.

Segundo o jornal, Bispo enviou carta à direção do presídio onde está solicitando transferência para Montes Claros, no norte de Minas, “em razão daquele prédio [onde está atualmente] ter sido construído com características da arquitetura maçônica, além do local estar impregnado de energia satânica”.

A decisão do magistrado reproduz trecho do laudo psiquiátrico de Adélio Bispo e como surgiu a doença. “O periciado é portador de Transtorno Delirante Persistente. A raiz da doença é genética, reforçada por vivência traumática na mais tenra infância. O periciado em nenhum momento citou qualquer relação afetiva. Da mesma forma, tanto no primeiro quanto no segundo (tempo pericial) não se referiu a nenhum amigo (…) Ou seja, apresenta uma total falta de capacidade de vinculação (…)”.

Conforme o relatório feito no posicionamento do juiz, a doença mental de Adélio Bispo se caracteriza pela “presença de delírios persistentes. Descrevendo complôs imaginários de entidades poderosas nos quais se vê enredado. Não é raro que acompanhe o indivíduo ao longo da vida”. E que pessoas que convivem com quem tem a doença raramente percebem a intensidade da patologia e subestimam os riscos que ela pode apresentar”.

Advogado de Bispo, Zanone Manuel de Oliveira definiu que todas as declarações do cliente condizem com o resultado do laudo pela inimputabilidade e a decisão do juiz.

“No início, acharam que era lero-lero da defesa a alegação de problemas mentais de Adélio Bispo. Mas hoje está provado que não era”, afirmou.

Yahoo noticias

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios