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Moradores de Mutuípe denunciam atendimento com optometrista em mutirão, representante da prefeitura nega irregularidade

Alguns moradores de Mutuípe denunciaram nas redes sociais, atendimentos com optometristas no mutirão oftalmológico realizado pela prefeitura municipal em parceria com um instituto de oftalmologia.

Segundo a jovem Nayala Moura, ao buscar atendimento no Colégio Dr. Julival Rebouças, ela passou por triagem na terça-feira, sendo atendida na quinta-feira, ás 16h, “por volta de 6h30min eu fui atendida, passei pela primeira sala onde passei por exame computadorizado, onde a moça bateu um carimbo na minha receita, logo após esse exame eu fui para a segunda sala, onde seria realizado o exame de grau, lá fiz o exame de grau, inclusive por uma optometrista, e na saída mandaram eu passar numa barraca para ver o meu óculos, porque a minha lente iria mudar para mais forte, acabei passando e depois indo embora, quando foi no outro dia, na sexta-feira, eu fui numa ótica aqui em Mutuípe, e quando cheguei lá, me deparei com a seguinte pergunta: a moça da ótica me perguntou se eu teria sido atendida por um homem ou por uma mulher, ai eu falei que nas duas vezes fui atendido por uma mulher e que no jaleco tinha escrito optometrista, ai você deve estar se perguntando, o que é que tem haver? Na minha receita está o carimbo, e por cima uma assinatura por cima do carimbo, no nome de Dr. Rui oftalmologista, só que eu não passei por oftalmologista nenhum, ai eu decidir não fazer a lente. Disse ela.

Em seguida completou, “… a moça da ótica me explicou o tamanho da gravidade, a lente pode ter passado um grau maior ou menor, então decidi não fazer e fui lá no colégio fazer um questionamento, quando cheguei lá, procurei uma moça optometrista que estava atendendo, e ela me falou que todo mundo teria que passar por um oftalmologista, só que eu não passei por oftalmoligista e na minha receita está o carimbo e por cima a sua assinatura, ai eu falei que eu não tinha passado e ela me perguntou que horas teria ocorrido o meu atendimento, falei 18h30, mais ou menos, nesse momento ela falou: nesse horário ele não estava mais aqui, ele já tinha ido embora, ai questionei se ele já tinha ido embora, como foi que o carimbo do médico foi parar na minha receita, ou seja tem alguém usando o carimbo do médico, e o mais grave é que eles tem um barraca lá dentro, existem pessoas que já estão encomendando seus óculos, tem pessoas querendo encomendar, e não sabendo o tamanho da gravidade que isso pode gerar, então fica o meu questionamento, o o por que está acontecendo isso? Será que o médico responsável o oftalmologista está sabendo que estão usando a assinatura dele? Porque se ele souber o irresponsável é ele, e é uma situação muito grave, pois está abrangendo um numero de pessoa muito grande pra estar fazendo esses exames oftalmológicos.”

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O site encaminhou um pedido de explicações a secretaria de saúde, mas até o momento nenhum posicionamento oficial foi emitido.

Em conversa com uma representante da pasta, ela negou irregularidades: “…O pessoal sentou na quadra, chama, passa por uma triagem e aguarda mais uma fila para passar pelo médico, depois da triagem, essas pessoas quando passaram pela triagem, que saiu aquele exame que sai nas máquinas impresso, foram fazer orçamento de óculos na rua…” Disse ela, em outro trecho seguiu: “…tinha uma fila imensa, todos os dias tem, são cerca de 200 pessoas atendidas, e durante essa fila, saíram para verificar o valor na rua, pois tem também um stand de vendas no lado do mutirão. (…) infelizmente a gente não conseguiu controlar, vamos dizer que não tiveram a maldade, as pessoas após que passarem pela avaliação foram pra ruas, até o médico atender, porque a fila é grande, não atende rápido é um por um, ai deram uma volta e voltaram ao Julival para o atendimento.”

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Não foi possivel estabelecer contato com o médico citado no caso, bem como o instituto realizador.

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Em 2020, o Supremo Tribunal Federal proibiu que optometristas possam realizar exames de oftalmologia e receitar ou vender lentes de grau. Com a decisão, apenas médicos oftalmologistas poderão exercer essas funções.  A certidão de Julgamento da ADPF 131 foi publicada no site oficial do STF, no dia 30 de junho de 2020.  A proibição atende uma demanda do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, em uma ação que tramitava há 12 anos.

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