Cotidiano

Wagner comenta críticas a nome de Denice: ‘Nosso povo é muito ciumento’

O senador Jaques Wagner foi só elogios ao nome da major Denice Santiago como eventual candidata do PT à prefeitura de Salvador. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (10), o ex-governador do estado afirmou que existe simpatia mútua, reconhecimento do trabalho que a policial exerce à frente da Ronda Maria da Penha e representantividade, por se tratar de uma mulher negra – possivelmente a primeira mulher negra prefeita de Salvador.

A major é alvo de críticas por ser uma outsider, ou seja, alguém de outro campo que não o político. O plano de fundo dos comentários negativos sobre sua pré-candidatura é a existência de outros nomes já colocados como pré-candidatos na disputa, entre eles a socióloga Vilma Reis e a secretária Fabya Reis.

“Encaro com naturalidade as reações positivas e eventualmente negativas. Nosso povo é muito ciumento, muito carinhoso com o partido, que é uma construão coletiva. Existem quatro nomes colocados, que têm orgulho de defender o nome do PT na campanha municipal. Quando aparece um nome outro, as pessoas naturalmente acham: ‘Bom , não é daqui da casa, como tá chegando…’”, comentou o senador.

Wagner disse ainda que “ser filiada” não é uma questão determinante, até porque a profissão da major Denice não permite. Não à toa, caso sua candidatura seja confirmada, a policial deverá pedir a desincompatibilização das funções que ocupa. O prazo para isso acontecer é junho.

A indicação da major Denice como pré-candidata ainda é criticada por parcela do grupo de esquerda por se tratar de uma policial militar. Wagner rebate o argumento ao separar a instituição PM da pessoa Denice Santiago.

“A Polícia Militar é una, mas internamente ela tem posicionamentos diferentes, atrações diferentes. Não vou dar as costas pra uma corporação da qual já fui comandantegeral. Ao contrário, acho que mesmo quem pense diferente dela, penso que terá orgulho de ver um membro da corporação no cargo de prefeita da capital”, avaliou.

Presente na sessão que celebra os 40 anos de fundação do PT, na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Wagner também foi questionado sobre a polêmica operação que culminou na morte do miliciano Adriano da Nóbrega. O ex-policial é apontado como chefe do Escritório do Crime, organização de milícia que comanda a região de Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. Adriano também teria envolvimento na morte de Marielle Franco.

O senador evitou fazer “juízo de valor” da operação e deixou que o governador Rui Costa e o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, analisassem a ação. Mas o petista destacou que preferiria a captura do miliciano vivo.

“É uma morte claramente fruto do preconceito, da discriminação, feita pela posição política dela. Então, é uma ameaça, uma afronta à democracia o assassinato dela”, afirmou.

Bahia.ba

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