Cotidiano

30% da carne consumida na Bahia não é fiscalizada; produto contaminado pode ser fatal

CARNE - FRIGORIFICOO cuidado e a orientação na hora de comprar a carne vermelha devem ser indispensáveis. Antes de tudo, na hora da escolha do local, é imprescindível observar a higiene e se ele atende as exigências da Vigilância Sanitária no que diz respeito a conservação do alimento. Saber a procedência da carne livra o ser humano de consequências desastrosas para a saúde.

Entre as doenças mais comuns, se o animal estiver doente ou mal passado, estão: a toxoplasmose, brucelose, tuberculose e a cisticercose, a mais grave de todas. O neurologista Thiago Cardoso explica de que forma a contaminação ocorre e os danos que ela causa a saúde: “Esta é uma doença considerada antiga e que até pode causar a morte, dependendo da região infestada. Um cisticerco localizado no cérebro, por exemplo, pode causar dores de cabeça, convulsões, confusão mental em estado clínico elevado”.

“A carne mal passada com cisticerco em forma larval, quando ingerida pelo ser humano, pode desenvolver em seu abdome uma tênia ou parasita, que causa diarreia e/ou anemia”, completa Thiago.

 

Para combater os frigoríficos que vendem a carne sem saber a procedência, os famosos abatedouros, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), atua nas indústrias controlando o transito inter municipal dos produtos. O diretor de inspeção, Willandesmon Silva, explica o que tem sido feito para combater os abates clandestinos.

“Impedimos o fluxo de produtos sem procedência, sem documento, que mostre a origem dos produtos que passou por um processo de inspeção. A Bahia tem um programa chamado ‘Programa de Regionalização do Abate. Em 2007 nós tínhamos cerca de oito matadouros frigoríficos no estado. Hoje, temos 26 matadouros frigoríficos. Essa evolução no nosso estado permite que a gente consuma carnes de qualidade”.

“Obviamente que o abate clandestino, aquele que não passa pelo processo de fiscalização ainda existe, sobretudo no interior, nas áreas mais desassistidas, inclusive do poder público. Aproximadamente 70% das carnes de origem animal que consumimos é fiscalizada, seja pela Adab ou pelo Ministério da Agricultura”. Os outros 30% fazem parte das carnes comercializadas sem fiscalização.

O diretor explica ainda que a maior dificuldade em combater os abatedouros clandestinos está em desenvolver a consciência do consumidor de que o ‘barato sai caro’.

“Considero o número uma evolução, nos dá mais tranquilidade, mas lógico que ainda temos uma estrada a percorrer, no que diz respeito a eliminação da prática do abate clandestino, até porque é cultural no nosso estado, isso passa pelos processos de conscientização e de educação sanitária dos próprios consumidores em fiscalizar e exigir do açougue às notas fiscais por exemplo”.

A carne precisa estar refrigerada. Alguns açougues expõem a carne pendurada em ganchos, o que de acordo com o diretor é inaceitável. “Manteve fora do frio, com certeza é exponencial o crescimento bacteriano sobre o produto. Qualquer produto que esteja mantido em prateleiras, ou em ganchos, em questão de horas é duplicado, quadruplicado, o número de bactérias”

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